MOSTRA RIFCA/RIFCA EXHIBITION


A Mostra RIFCA (Rede Interamericana de Festivais de Cinema, Cidades e Arquitetura) surge com o objetivo de ultrapassar as fronteiras territoriais e expandir novos diálogos sobre a cidade através da cinematografia latino-americana. Movidos pelos desejos em habitar o espaço urbano, por meio do resgate da memória, o filme indicado pelo Festival ArqFilmFest, (In)audible, promove uma sinestesia ao narrar histórias apagadas pelas ruas chilenas. Pelo ponto de vista de um músico em pleno regime militar nicaraguense, El hombre de una sola nota, torna-se um suspiro de liberdade pela arte, e é o único representante do gênero ficção da mostra, indicado pelo FECCIARQ, festival que acontece na Nicarágua, Honduras e Guatemala. 

A crise e todos os seus reflexos e ciclos podem ser identificados como um elemento comum na cinematografia que retrata as cidades latino-americanas. Bem como os sucessivos apagamentos em suas histórias. O resgate nos arquivos une os dois filmes pela música: o samba carioca na República do Mangue e o rock argentino em Rock! são porta-vozes de narrativas emergentes sobre habitar a cidade do Rio de Janeiro e Buenos Aires. Indicados respectivamente pelo festival brasileiro Archcine sediado no Rio de janeiro e Ciudades Reveladas, na Argentina. O representante indicado pelo festival equatoriano Habitante, La última teja é um curta-documentário que apresenta um encontro com as raízes e tradições nas formas de construir uma casa. Por fim, indicado pelo festival Cinetekton, o média-metragem Sin Manual, mostra o relato dos operários mexicanos durante o desenvolvimento de novas tecnologias, desafiados pela construção do Museu Internacional do Barroco em Puebla, projetado pelo arquiteto japonês Toyo Ito.

Curadoria

Lorena Figueiredo: cineasta, publicitária e mestre em Comunicação Social pela Universidade de Brasília. Pesquisadora no GECAE – Grupo de Estudos em Espaço, Corpo, Arte e Estética vinculado ao CNPQ atuante nas áreas Cinema e Cidades como foco de estudo dentro das narrativas ficcionais e documentais no Brasil e na América Latina. Trabalha no mercado audiovisual brasiliense há dez anos nas áreas de Direção e Produção.

La última teja 

Equador, Carla Serrano e Edgar Cortez, 2018, 12'

Uma telha de barro cozido, envolta em papel brilhante colorido, guirlandas e a figura de um cavalo se destacam no teto de uma casa na comunidade de Cashaloma (Imbadura – Equador). A colocação da “última telha” é parte do ritual indígena do "huasifichai", ou inauguração de uma moradia, considerado como um presente para a pessoa que acabou de construir sua casa.


Una teja de barro cocido, arreglada con papel brillante de colores, guirnaldas y la figura de un caballo resaltan en el techo de una vivienda en la comunidad de Cashaloma (Imbabura - Ecuador). La colocación de la Última Teja es parte del ritual indígena del "huasifichai"; o inauguración de una vivienda, y se la considera un agasajo hacia la persona que acaba de construir su casa.

El hombre de una sola nota

Nicarágua, Frank Pineda, 1988, 14' 

A travessia por uma cidade em estado de sítio feita por um homem misterioso. Escrito, dirigido, produzido e filmado por Frank Pineda. Com Valerio Lisanko. Filmado em 35mm.


La travesía por una ciudad en estado de sitio que realiza un hombre misterioso. Escrito, dirigido, producido y filmado por Frank Pineda. Con Valerio Lisanko. Filmado en 35 mm.


Sin Manual

México, Francisco González Piña, 2016, 69'

O premiado arquiteto japonês Toyo Ito, conhecido por obras impotentes na Europa e na Ásia, com geometrias inspiradas na natureza e formas próximas à fantasia, projetou o Museu Internacional do Barroco, em Puebla, no México. Ninguém sabia como terminar a obra até que uma equipe de construtores mexicanos aceitou o desafio depois de dois anos sem ninguém aceitar o projeto. Foi necessário inventar um processo construtivo e improvisar soluções extraordinárias para cumprir o objetivo em apenas 27 semanas.


El premiado arquitecto japonés Toyo Ito, conocido por imponentes obras en Europa y Asia, con geometrías inspiradas en la naturaleza y formas cercanas a la fantasía, diseñó el Museo Internacional del Barroco, en Puebla, México. Nadie sabía cómo llevarlo a cabo y sólo un equipo de constructores mexicanos tomó el reto después de dos años de nadie aceptar el proyecto. Fue necesario inventar un proceso constructivo e improvisar soluciones extraordinarias para cumplir el objetivo en tan sólo 27 semanas.


República do Mangue

 Brasil, Julia Chacur, Priscila Serejo e Mateus Sanches Duarte, 2020, 8' 

Entre 1954 e 1974, estabeleceu-se na Zona do Mangue do Rio de Janeiro a República do Mangue, um regime representativo, que sob controle médico e vigilância policial, as mulheres decidiam quem deveria assumir a administração das casas de prostituição. A partir de imagens sobreviventes, o curta propõe um outro olhar sobre esta memória de disputa e resistência.

 
La Zona del Mangue de Río de Janeiro fue una conocida zona de prostitución que enfrentó varias persecuciones a lo largo del siglo XX. Entre 1954 y 1974 estuvo vigente en la región la denominada Republica del Mangue, un régimen
representativo, que bajo control médico y vigilancia policial, las mujeres decidían quién debía hacerse cargo de la gestión de las “casas de tolerancia”. A partir de
imágenes supervivientes, el cortometraje propone otra mirada a este recuerdo de disputa y resistencia.

¡Rock!

Argentina, Ana Sánchez e Gabriela Barolo, 2016, 29'

¡Rock! é um média-metragem documental que narra o que aconteceu na cultura jovem portenha durante os anos sessenta. As visões mutantes sobre a cidade de Buenos Aires, sua música, a indústria cultural, os conflitos entre gerações e a política transitam através de uma colagem de fontes audiovisuais. Neste documentário, o arquivo fala através da montagem de diferentes fragmentos de filmes, canções, documentários, notícias e videoclipes. Em ¡Rock! o passado vive por meio das próprias imagens e sons.


¡Rock! es un mediometraje documental que narra el recorrido de la cultura juvenil porteña durante los largos años sesenta. Las cambiantes visiones sobre la ciudad de Buenos Aires, su música, las industrias culturales, los conflictos intergeneracionales y la política se transitan a través de un collage de fuentes audiovisuales. En este documental el archivo es el que habla a través del montaje de distintos fragmentos de películas, canciones, documentales, informes de noticieros y videoclips. En ¡Rock! el pasado cobra vida a través de sus propias imágenes y sonidos.

(In)audible

Chile, Marcelo Raffo Tironi, 2020, 26'

“(In)audible” se dispõe a buscar a memória invisível – inaudível – que Valparaíso abriga. Durante essa busca, surge uma sonoridade desaparecida em uma cidade incomum. Aparece a cidade das máquinas, dos protestos sociais, da água escondida e canalizada embaixo da terra. Uma memória que permanece sonoramente.


“(In)audible” se dispone a buscar la memoria invisible – inaudible – que alberga Valparaíso. Durante su búsqueda aparece una sonoridad desaparecida, en una ciudad inusual. Aparece la ciudad de las máquinas, de la protesta social, del agua escondida y encauzada bajo la tierra. Una memoria que permanece, sonoramente.

Using Format