CINEMA URBANA 2022
MAB E CINE BRASÍLIA
14 A 21 DE AGOSTO DE 2022
Cinema Urbana - Mostra Internacional de Cinema de Arquitetura realizou sua quarta edição de 17 a 21 de agosto de 2022 no Cine Brasília com entrada franca. A mostra exibiu filmes nos gêneros documentário, ficção e experimental nos quais a arquitetura e as cidades são protagonistas.
PROGRAMAÇÃO NO MAB
MUSEU DE ARTE DE BRASÍLIA
PROGRAMAÇÃO NO CINE BRASÍLIA
17 de agosto
Sessão 01 - 17h às 19h
Architecture on the edge: Nishizawa house
Mario Novas, Kate Kliwadenko, 12’, Chile, 2021
Em vez de desaparecer ou se tornar compatível com o território ao redor, as obras de arquitetura chilena são bruscamente feitas pelo homem, são brutas, cósmicas e oceânicas. Esses designs de tirar o fôlego são construídos em camadas de sal no deserto, na beira de oceanos, cercados por montanhas e agarrados a uma área sujeita a terremotos. Com uma fotografia deslumbrante, “Architecture on the Edge” apresenta alguns dos edifícios mais atraentes e mais celebrados, além de explorar como a arquitetura chilena está levando o design ao limite máximo. A série inclui o vencedor do prêmio Pritzker de arquitetura e arquitetos do Chile.
Instead of disappearing and becoming compliant with the surrounding territory, the works of Chilean architecture are sharply man-made, rough, cosmic and oceanic. These breathtaking designs are built on salt blankets in the desert, on the edge of oceans, cradled amongst mountains, and grasping to an earthquake prone land. Through truly stunning photography, Architecture on the Edge features some of the country's most engaging and celebrated buildings, and explores how Chilean architecture revels in pushing design to the very edge. The series includes Pritzker prize-winning architecture and architects from Chile.
Battleship Berlin
Nathan Eddy, 40’, Alemanha, 2021
O patrimônio brutalista de Berlim está sob ataque. O poderoso hospital Charité da cidade deseja destruir dois ícones brutalistas da era da Guerra Fria, incluindo um antigo laboratório de pesquisa animal chamado Mäusebunker. Ao mesmo tempo, um dedicado grupo de políticos, preservacionistas, arquitetos, galeristas e estudantes lutam por uma adaptação dessas estruturas magníficas e intransigentemente únicas. Quem será o vencedor? Não importa o desfecho, você sai com a impressão de que a preservação pode ser brutal.
Berlin's brutalist heritage is under fire. The city's powerful Charité hospital wants to destroy two brutalist icons of the Cold War era, including an infamous former animal research laboratory called the Mäusebunker. Meanwhile, a dedicated group of politicians, preservationists, architects, gallerists and students fight for an adaptive re-use of these magnificent, uncompromisingly unique structures. Who will win? No matter the outcome, you're left with the impression that preservation can be brutal.
Brutal Moods
Marta Bisbal Torres, 57’53’’, Espanha, 2022
De construções monumentais e robustas, símbolos de dominação e controle, a quadras habitacionais decadentes e labirínticas, localizadas nas periferias. Diferentes formas de arquitetura atuam como mecanismos de opressão e alienação, levando a estados de confusão, perturbação e da perda inevitável da identidade individual e coletiva. Com base na filmagem encontrada, “Brutal Moods” explora como o cinema representa as construções brutalistas em suas histórias de ficção, e a que ponto contribuiu para gerar imaginários distópicos aos quais o movimento de arquitetura está associado atualmente.
From monumental and robust constructions, symbols of domination and control, to decadent and labyrinthine housing blocks located in peripheral neighbourhoods. Different forms of architecture act as mechanisms of oppression and alienation, leading to states of confusion, disturbance, and an inevitable loss of individual and collective identity. Based on found footage, Brutal Moods explores how cinema has represented Brutalist buildings in its fictional stories, and to what extent it has contributed to generate the different dystopian imaginaries with which this architectural movement is associated today.
Apresentação Cinema Urbana - 19h
Sessão 02 - 19h30 às 21h
Rua
Left hand Rotation Colective, 18’16’’, Portugal, 2021
Desocupação e ocupação do espaço público. Crise de saúde e disputas políticas explodem na cidade. Nos écrans, acreditamos que o mundo havia parado. Mas nas ruas vazias a Nova Normalidade chegou, transformando a cidade em um continuum de esplanadas. Chegou a hora de sair para a rua e não apenas consumir. É hora de reapropriar o espaço público. É hora de desconfinar a luta. RUA é um registro documental que começou antes de Covid-19, um olhar intersetorial para as manifestações que ocupam as ruas de Lisboa, a partir de um espaço subjetivo de militância política.
Vacancy and occupation of public space. Health crisis and political disputes explode in the city. On the screens, we believe the world had stopped. But in the empty streets the New Normality arrived, transforming the city into a continuum of terraces. The time has come to go out into the street and not just consume. It's time to reappropriate the public space. It's time to distrust the fight. RUA is a documentary record that began before Covid-19, an intersectoral look at the marches that occupy the streets of Lisbon, from a subjective space of political militancy.
Maputo Nakuzandza
Ariadine Zampaulo, 62’, Brasil/Moçambique, 2021
Amanhece na capital de Moçambique. Jovens saem de uma festa e nos quintais senhoras iniciam o dia. Um homem corre, uma mulher chega de viagem, um turista passeia, um trabalhador apanha o transporte público e a rádio Maputo Nakuzandza anuncia o desaparecimento de uma noiva.
The sun rises in the capital of Mozambique. Young people leave a party. In the backyard, ladies start their day. A man runs, a woman arrives from a trip, a tourist goes out for a walk, a worker uses public transportation, and Maputo Nakuzandza radio announces the disappearance of a bride.
Sessão 3 - 21h às 23h
Après Décembre
François Pirotte, 19’35’’, Bélgica, 2021
Um road movie improvisado. Duas personagens. Nenhum diálogo.
O encontro entre um homem e uma mulher no limite. Eles se movem, para frente e para trás, através de campos e entre cidades. Eles se unem e ultrapassam os elementos enquanto passam por estados, lugares e emoções. Sozinhos e juntos, até se perder e tentar se recuperar, depois de dezembro.
An improvised road movie. Two characters. No dialogue. The encounter of a man and a woman on the edge. They move, back and forth, across fields and between city lines. They join and cross the elements as one goes through states, places and emotions. Alone and together, until getting lost and trying to recover, after December.
O céu sobre os ombros
Sérgio Borges, 72', Brasil, 2011
O céu sobre os ombros é um filme que rompe as barreiras entre documentário e ficção ao retratar o cotidiano de três personagens de classe média de Belo Horizonte: Everlyn, Lwei e Murari – pessoas comuns, anônimas, que vivem suas atividades cotidianas e, ao mesmo tempo, têm contextos existenciais dignos de uma “história inventada”. Nessa mistura de ficção e realidade, transpiram as aspirações dos personagens que vivenciam o dia a dia de uma cidade caótica em que o ar, a rotina e a própria existência parecem ser densos a ponto de pesar sobre os ombros. Seus desejos e seus modos se cruzam, se interpenetram e criam uma rede de perguntas e respostas."
O céu sobre os ombros is a film that breaks the barriers between documentary and fiction by portraying the daily lives of three middle-class characters in Belo Horizonte: Everlyn, Lwei and Murari – ordinary, anonymous people who live their daily activities and, at the same time, have existential contexts worthy of an “invented story”. In this mixture of fiction and reality, the aspirations of the characters who experience the daily life of a chaotic city in which the air, the routine, and the existence itself seem to be dense so far as weighing on the shoulders. Their desires and ways intersect, interpenetrate and create a network of questions and answers.
18 de agosto
Sessão 04 - 17h às 19h
"Cidade, Cidades" curadoria Lila Foster
Vermelho Guanabara
Andréa França, 10’, Brasil, 2021
Vermelho Guanabara é um experimento inspirado nos filmes de sinfonias urbanas do início do século XX.
Vermelho Guanabara is an experimental film inspired by the urban symphonies from the beginning of the 20th century.
Metrópole de Véus
Fernando Atique, Francisco Miguez, Martim Passos, 10’16’’, Brasil, 2021
Metrópole de Véus faz um percurso pelo Plano de Avenidas para a cidade de São Paulo idealizado em 1938, pelo então prefeito Prestes Maia. Um olhar cartográfico sobre as inscrições de uma intervenção pensada de cima para baixo, procurando suas sobreposições temporais e multiplicidades de ações. Um voo sobre os véus da cidade e a memória dos desapropriados.
Metrópole de Véus travels through the Avenues Plan for the city of São Paulo, conceived in 1938 by the former mayor Prestes Maia. A cartographic look at the inscriptions of an intervention designed from top to botton, looking for their temporal overlaps and multiplicities of actions. A flight over the veils of the city and the memory of the dispossessed.
A Maldição Tropical
Luisa Marques e Darks Miranda, 14’, Brasil, 2016
Uma fricção entre dois projetos de nação forjados para o Brasil em meados do século XX: um imaginário tropical, personificado por Carmen Miranda e um modernismo tardio que se instaurou no Brasil no fim dos anos 50 e no início dos 60, corporificado no Rio de Janeiro pelo Parque do Flamengo.
A friction between two nation projects forged for Brazil in the mid-twentieth century: a tropical imaginary, personified by Carmen Miranda, and a late modernism that was established in Brazil in the late 1950s and early 1960s, embodied in Rio de Janeiro by the Parque do Flamengo.
Juca
Maurício Chades, 28’, Brasil, 2019
Juca está vindo? Em uma noite de lua cheia, um grupo de amigos deve pedalar para fora das luzes da cidade em busca de um lugar escuro o bastante para assistir a uma chuva de meteoros.
Is Juca coming? On a full moon night, a group of friends must cycle away from the city lights in search of a place dark enough to watch a meteor shower.
Sessão 05 - 19h às 21h
Lapsus
Lucero Cabañas Melo, Iridián Posada Ibarra, 9’43’’, México, 2021
Lapsus é um documentário em curta-metragem de ficção que aborda a relação entre a cidade e um carro, por meio de um diálogo em que uma realidade simples é disputada e revelada, uma realidade que não é apenas urbana, mas também política e social.
Lapsus is a short fictional documentary that addresses the relationship between the city and a car, through a dialogue where a common reality is disputed and revealed, a reality that is not only urban, but also political and social.
La cuenca de los ríos de piedra
Pablo Benjamín Nieto Mercado, 82’08’’, México, 2019
Por volta do começo do século XX, a maioria dos rios e lagos da Cidade do México foi transformada em estradas, estações de metrô e espaços públicos. Este documentário analisa as experiências de quatro pessoas idosas, cujas vidas foram marcadas pelos rios, lagos e canais da Cidade do México, quando a água era muito mais presente na região metropolitana do que é atualmente. Buscamos narrar como vivemos e coexistimos com a água, por meio do olhar daqueles que testemunharam as profundas transformações da capital que gradativamente drenou sua água e a substituiu por camadas de concreto. A narrativa multivocal mapeia as memórias nubladas dos personagens, justapondo as histórias do dia a dia sobre o esgotamento de água na Cidade do México.
Around the beginning of the twentieth century, most of the rivers and lakes of Mexico City were transformed into roads, subway stations and public spaces. This documentary delves into the experiences of four older people whose lives were marked by the rivers, lakes and canals of Mexico City, when water was much more present in the metropolitan area than it is today. We seek to narrate how we have lived and coexisted with water, through the eyes of those who have witnessed the profound transformations of a capital which slowly drained away its water and replaced it with layers of concrete. The multivocal narrative will map the fading memories of our characters, juxtaposing everyday stories of water depletion in Mexico City.
Sessão 06 - 21h às 23h
Reconsidering Architourism
Susan Horowitz, 4’23’’, Estados Unidos, 2021
Reconsidering Architourism é uma resposta à suspensão de viagens internacionais + turísticas em 2020. Contempla a busca de turismo cultural com foco em arquitetura ou “arquiteturismo”. Essa versão moderna de uma série de grand tours como uma lente de engajamento com uma cultura mundial + abrangente reflete facetas complexas de histórias artísticas, sociais e políticas. Questões relacionadas incluem: o fluxo de estilos arquitetônicos, a formalização de turismo a patrimônios por meio do programa de designação de Patrimônios da Humanidade da UNESCO, a sobrevivência da arquitetura vernácula, desafios de preservação + condições ambientais. Locais de arquitetura extraordinária na Índia + Sri Lanka vivenciadas em 2019 abrangem os assuntos + imagens dessa última viagem. Atualmente, enquanto o mundo se abre para o turismo global + as previsões de benefícios econômicos, o cenário para a Índia, Sri Lanka + outros países permanece inquietante.
Reconsidering Architourism is a response to the cessation of global travel + tourism in 2020. It contemplates the pursuit of cultural tourism focussed on architecture or "architourism”. This modern version of a series of grand tours as a lens to engage with + comprehend world culture reflects complex facets of artistic, social and political histories. Issues referenced include: the flux of architectural styles, the formalization of heritage tourism through the UNESCO World Heritage designation program, the survival of vernacular architecture, challenges of preservation + environmental conditions. Sites of extraordinary architecture in India + Sri Lanka experienced in 2019 comprise the subjects + images of this last trip. Currently, as the world begins to open up to global tourism + the prospects of economic benefits, the outlook for India, Sri Lanka + other countries remains fraught.
La llegada de los Elefantes Blancos
Juan Pablo Alarcón Alvarado, 20', Chile, 2020
The avocado é um dos conjuntos habitacionais mais antigos na capital. Hoje, está em sua gênese, prestes a ser substituído por uma estrutura muito diferente, mas ao mesmo tempo similar, um edifício ou “elefante branco”, como a Sra. Monica o chama. As vozes do conjunto nos contam suas histórias nesses últimos anos de vida.
The avocado is one of the oldest cités in the capital. Today it is in its genesis, about to be replaced by another structure so different, but at the same time so similar; a building or “white elephant”, as Mrs. Monica calls it. The voices of the cité tell us their history in these last years of life.
Rift Finfinnee
Daniel Kötter, 79’26’’, Alemanha, 2020
O filme Rift Finfinnee leva o espectador a uma jornada através da periferia da capital da Etiopia, Adis Abeba. O filme toma como ponto de partida a geografia concreta, a arquitetura e a rotina em uma narrativa alegórica sobre a transformação urbana da sociedade africana à beira de uma guerra civil.
The film Rift Finfinnee takes the viewer on a journey through the periphery of Ethiopian capital Addis Ababa. The film takes the concrete geography, architecture and the every day life as the starting point for an allegorical narrative about the becoming urban of an African society on the edge of civil war.
19 de agosto
Sessão 07 - 17h às 19h
+ debate com realizadores de Paisagem Concreta
Francis Kéré: An Architect Between
Daniel Schwartz, 19’, Alemanha/Suíça, 2016
A obra do ganhador do prêmio Pritzker, o arquiteto Francis Kéré, está na vanguarda de uma mudança de paradigmas. Globalmente, as pessoas estão se dirigindo a designers para abordar problemas complexos, desde pobreza até mudanças climáticas. Kéré busca fazer isso utilizando uma mistura de tecnologia pouco avançada e design de ponta, e trabalhando em parceria com as comunidades para quem ele constrói. O filme documenta Kéré no meio de sua carreira em ascensão, em ação entre sua cidade natal, Burkina Fasso, e a Alemanha, onde ele tenta construir um centro de performance para refugiados sírios.
The work of Pritzker Prize-winning architect Francis Kéré is at the forefront of a paradigm shift. Globally, people are turning to designers to address intractable problems from poverty to climate change. Kéré seeks to do just this, using a mix of low tech and high design and working in partnership with the communities for whom he builds. This film documents Kéré at the mid-point of an ascendant career, in action between his native Burkina Faso and Germany, where he is attempting to build a performance centre for Syrian refugees.
Paisagem Concreta
Luiz Ferraz, Laura Artigas, 72’, Brasil, 2022
Paisagem concreta apresenta o arquiteto português Alvaro Siza por meio de sua relação com o Brasil, incluindo as raízes de sua família em Belém, e investiga sua única obra no país, o prédio da Instituição Iberê Camargo, localizada em Porto Alegre.
Concrete Landscape presents the portuguese architect Alvaro Siza through his relationship with brazil, including his family roots in Belém and investigating his only work in the country, the building of ibere camargo institution, located in Porto Alegre
Sessão 08 - 19h às 21h
+ debate com realizador de L'Amiral Tchoumakov
Days of Ignorance
Abolfazl Tajik, 19’, República Islâmica do Irã, 2021
Ali-Mohammad, um idoso de 84 anos, é o último sobrevivente de artesãos de feltro rurais na região de Nixapur. O filme retrata sua vida e obra.
Ali-Mohammad, an 84-year old man, was the last survivor of the rural felt-crafters in Neyshabur region. The film depicts his life and work.
L'Amiral Tchoumakov
Laurier Fourniau, Arnaud Alberola, 64’, França, 2021
No nordeste do Quirguistão, no alto das montanhas, o lago Issyk Kul é um dos mais profundos do mundo. Às suas margens, construções de cimento e aço sombrias se misturam a velhos destroços. É o porto de Balyktchy, abandonado por anos e onde agora é iniciada lentamente sua transformação em um resort. É o orgulho de um almirante da marinha soviética: Boris Vassilievitch Chumakov. Alegre, inquieto e terrivelmente melancólico, o almirante se revela como uma espécie de alegoria do que sobrou do homem soviético, 30 anos após a queda da URSS.
In the northeast of Kyrgyzstan, perched in high mountains, Lake Issyk Kul is one of the five deepest lakes in the world. On its shores, dark constructions of cement and steel meddle with olds wrecks. It is the port of Balyktchy, abandoned for years and slowly starting now its conversion into a resort. Here lies the pride of an admiral of the Soviet navy : Boris Vassilievitch Chumakov. Joyful, restless, yet terribly melancholic figure, the Admiral reveals himself to be some sort of allegory of what remains of the soviet man 30 years after the fall of USSR.
Sessão 09 - 21h às 23h
Città
Simone Cangelosi, 13`17’’, Itália, 2021
Uma transmissão de rádio dá voz aos ouvintes. Dentro de uma casa, um dos muitos habitantes acorda e realiza todos os movimentos repetitivos do cotidiano enquanto ouve a transmissão. Fora da casa, os sons o cercam enquanto uma presença mecânica sobrevoa a cidade. Por meio das vozes alternantes e dos gestos repetitivos do protagonista, um conto irônico e paradoxal sobre alienação, transformações urbanas e antropização da natureza sobrecarregada pela máquina.
The town. A radio broadcast gives voice to the listeners to tell the city. Inside a house one of its inhabitants wakes up and carries out the repetitive gestures of everyday life, while listening to the radio broadcast. Outside his house the noises besiege him while a mechanic presence flies above the town. An ironic and paradoxical tale about alienation, urban transformations and the anthropization of nature overwhelmed by the machinic.
L'odore del vento
Tommaso Banti, 09’44’’, Itália, 2021
Trancado em seu apartamento em Turim durante a primeira quarentena por COVID, um jovem estudante tenta, dolorosamente, encontrar conforto e alegria, repassando suas memórias de casa, família e infância.
Locked in his apartment in Turin, during the first Covid Quarantine, a young student painfully tries to find again comfort and happiness, wandering through his memories of Home, Family and Childhood.
Builders, Housewives and the Construction of Modern Athens
Tassos Langis, Yiannis Gaitanidis, 87’38’’, Grécia, 2021
Um documentário sobre o tipo mais distinto de edifício ateniense, o polykatoikía, e a reconstrução da cidade através da vida dos construtores anônimos e suas esposas, que eram as mais improváveis “coautoras”.
A documentary exploring the particular history of the Athenian “polykatoikía” [a small-scale multi-story apartment block] and the city’s reconstruction through the anonymous lives of everyday people in the time of “antiparochí” [an apartments-for-land exchange system]. The work is based on Ioanna Theocharopoulou’s book of the same title. The film is an Onassis Culture production.
20 de agosto
Sessão 10 - 16h às 18h
"Cidade, Cidades" curadoria Lila Foster
Vestibular 70
Vladimir Carvalho, 14’, Brasil, 1970
Neste filme, realizado pelo Curso de Cinema do Instituto de Artes e Arquitetura, durante os exames vestibulares para 1970, concentram-se em Brasília estudantes de vários pontos do país; 5.500 candidatos ocupam o espaço do Instituto Central de Ciências - projetado por Oscar Niemeyer - que abrigará dez mil alunos em cursos regulares.
In this film, made by the Film Course of the Institute of Arts and Architecture, during the entrance exams for 1970, students from various parts of the country are concentrated in Brasilia; 5,500 candidates occupy the space of the Central Institute of Sciences – designed by Oscar Niemeyer – which will house ten thousand students in regular courses.
Rocinha Brasil 77
Sergio Péo, 19’, Brasil, 1977
Um registro histórico, realizado em 1977, sobre os hábitos e a qualidade de vida da maior favela da América Latina. Enquanto a câmera passeia ouve-se reflexões de moradores sobre questões do dia a dia da comunidade.
A historical record, made in 1977, about the habits and quality of life of the largest favela in Latin America. As the camera walks around, there are reflections from residents on everyday community issues.
Nunca é noite no mapa
Ernesto Carvalho, 6’, Brasil, 2016
Que diferença faz para o mapa, se ele te contem? Um encontro frontal com o mapa, nos leva a um passeio pelo circuitos da simbiose entre o mapa e as transformações dos espaços na era do capitalismo digital.
What difference does it make to the map, if it contains you? A head-on encounter with the map takes us on a tour of the circuits of symbiosis between the map and the transformations of spaces in the era of digital capitalism.
O sonho que atravessou o buraco
Marcela Borela, 18', 2020
Brasília, ano da peste. Por que é tão difícil respirar?
Brasilia, year of the pest. Why is it so hard to breathe?
Kopacabana
Marcos Bonisson, Khalil Charif, 9’37’’, Brasil, 2020
Filme experimental feito através de uma colagem de imagens atuais e de arquivo em Super 8 e digital, ambientado em uma Copacabana como um epicentro de experiências interculturais, sociais e sensoriais. Narrado pela significativa fala do poeta Fausto Fawcett, e sonorizado pelo músico Arnaldo Brandão.
Experimental film made through a collage of current and archive images in Super 8 and digital, set in a Copacabana as an epicenter of intercultural, social and sensory experiences. Narrated by the significant speech of the poet Fausto Fawcett, and sonorized by the musician Arnaldo Brandão.
Sessão 11 - 18h às 19h30
Homenagem Ana Vaz + Debate Ana Vaz
Ana Vaz
Ana Vaz nasceu no planalto central brasileiro habitada pelos fantasmas enterrados pela capital federal modernista Brasília. Cerratense de origem e andarilha por escolha, Ana viveu nas terras áridas do Brasil central e do sul da Austrália, nos pântanos do norte Francês e nas margens orientais do Atlântico norte em Portugal. Atualmente traça a sua caminhada entre Paris e Brasília. Sua filmografia ativa e questiona o cinema enquanto arte do (in)visível e como instrumento capaz de desumanizar o humano, expandindo suas conexões e devires com outras formas de vida — tanto outras-que-humanas, quanto espectrais. Consequências ou expansões da sua cinemato-grafia, suas atividades se incorporam também na escrita, na pedagogia crítica, em instalações ou caminhadas coletivas.
Apiyemiyekî?
Ana Vaz, 27’, Brasil/França/Holanda/Portugal, 2019
Apiyemiyekî? é um retrato cinematográfico que parte do educador e indígena brasileiro militante de direitos humanos Egydio Schwade — Casa da Cultura de Urubuí — encontrado em sua casa em Presidente Figueiredo (Amazonas), onde mais de 3.000 desenhos feitos pelos Waimiri-Atroari, um povo nativo da Amazônia brasileira durante seu primeiro processo de alfabetização, são mantidos atualmente. Os desenhos documentam e constroem uma memória visual coletiva a partir de seu processo de aprendizagem, perspectiva e território ao mesmo tempo em que atestam uma série de ataques violentos a que foram submetidos durante a Ditadura Militar no Brasil.
Apiyemiyekî? is a cinematographic portrait that departs from Brazilian educator and indigenous rights militant Egydio Schwade's archive — Casa da Cultura de Urubuí — found in his home at Presidente Figueiredo (Amazonas), where over 3.000 drawings made by the Waimiri-Atroari, a people native to the Brazilian Amazon, during their first literacy process are currently kept. The drawings document and construct a collective visual memory from their learning process,perspective and territory while attesting to a series of violent attacks they were submitted to during the Military Dictatorship in Brazil.
Sacris Pulso
Ana Vaz, 15’, Brasil/Austália, 2007
Sacris Pulso parte do desmembramento de outro filme, Brasiliários (Sérgio Basi, Zuleika Porto, 1985), adaptação fílmica da crônica “Brasília”, de Clarice Lispector, texto visionário que olha para a capital inaugurada como uma ruína do futuro. Através da montagem de Brasiliários com um corpo de 8mm found footage retratando rituais de viagem e vida familiar na Austrália (onde Ana estudava cinema), Sacris Pulso assume a forma de uma viagem de memória e ficção, de passado e futuro tempo invocando o fantasma espectral de Brasília costurado pelos laços de uma ficção familiar.
Sacris Pulso departs from the dismemberment of another film, “Brasiliários” (Sérgio Basi, Zuleika Porto, 1985), a filmic adaptation of Clarice Lispector’s chronic “Brasília”, a visionary text that looks at the inaugurated capital as a ruin of the future. Through the assemblage of “Brasiliários” with a body of 8mm found footage depicting rituals of travel and family life in Australia (where Ana was studying film), “Sacris Pulso” takes the form of a voyage of memory and fiction, of past and future time calling upon the spectral ghost of Brasília sewed through the ties of a family fiction.
Pocket Show com Kelton
20h30 às 21h30
Sessão 12 - 21h30 às 23h30
Memorándum
Jennifer Lara, 15’, Chile, 2017
A angústia e a escuridão que se respira na ex-maternidade Barros Luco Trudeaud através de sua estrutura velha, seus corredores infinitos que enchem o vazio do espaço oculto e reprimido. Suas paredes rajadas guardam segredos, diariamente carregados pela ausência e ilusão de centenas de mulheres que buscam a luz que nunca viram brilhar.
The anguish and darkness that is breathed in the ex maternity hospital Barros Luco Trudeau through its old structure, its infinite corridors that fill the void of hidden and repressed space. Its striped walls keep secrets, daily burdened with the absence and the illusion of hundreds of women who seek the light that they never saw shine.
Rema-nascentes
Ж, 16’44’’, Brasil, 2021
Filme-escavação de lugar específico, Bixiga -São Paulo. Coreografia de forças que atravessam o presente. Filmancia, vidência é a visão do que está tomando forma. Alegoria: lobby-cor, especula. Oco no peito da cidade, Rocha. Pousa uma ave de Rappina. Novidade: Quilombo,boca, viela, beco: passo. Vai-Vai ter Samba branco e preto.‟Passagens” pictogramas do W. Benjamin. Progresso: tapo um rio enquanto posso. Mercadoria: mata, arraso, Metro. O real estado das coisas, real estate: banimento do orgânico. Cita-chão, taiobas-bravas,abacates, tanques d’agua, oxum: reação (cosmo)política. Rema nascentes: a vida pede passagem.
A place-specific film-excavation of Bixiga neigborhood-São Paulo. Choreography of forces that cross present time. Filmancy, clairvoyance is the vision of what is taking shape. Allegory: lobby-color, speculates. Hollow in the heart of the city, a rock. A bird ‘rappina’ lands. Novelty: Quilombo, alley, dealers: step. Vai-Vai samba school’s black and white banner. Pictograms from Benjamin’s “The Arcades project”. Progress: pluging a river while it’s possible. Commodity: Matarazzo & Metro. The real state of things, real estate: banning organic. Ground- quotation, avocados, blue taroes, water tanks, oxum: (cosmo) political reaction. Rheme maining sources: life asking for passage.
Panorama
Alexandre Leco Wahrhaftig, 66’04’’, Brasil, 2021
Entre as cicatrizes do passado e as incertezas do futuro, O Jardim Panorama resiste. Há pouco mais de dez anos, a favela era rasgado ao meio por um monstro. Hoje, o monstro dorme. Até quando? Um filme sobre os sonhos, as memórias e o quotidiano daqueles que vivem em uma comunidade cercada pelos muros de uma elite bairro paulistano.
Between the scars of the past and the uncertainties of the future, Jardim Panorama resists. Just over ten years ago, the favela was torn in half by a monster. Today, the monster sleeps. Until when? A film about the dreams, the memories and the daily life of those who live in a community surrounded by the walls of an elite neighbourhood in São Paulo.
21 de agosto
Sessão 13 - 17h às 18h30
+ debate com realizadores
A cidade que afeta
Lorena Figueiredo, 12 '30'', Brasil, 2021
Após um rompimento, Juliana se depara com um anúncio “Trago seu amor em três dias” em seu caminho. O processo de caminhar pela cidade planejada provoca um jogo afetivo entre o pertencimento e a solidão relacionados à existência humana através da deriva urbana sobre Brasília.
After a breakup, Juliana comes across an ad “I bring your love in three days” on her way. The process of walking through the planned city provokes an affective game between the belonging and the loneliness related to the human existence through the urban drift over Brasília.
Aquilo que não podem demolir enquanto eu puder falar
Marcelo Díaz, Francis Wilker, 29’55’, Brasil, 2021
Paredes impregnadas de 26 anos de teatro na capital do Brasil. A disputa imobiliária que
transforma a cidade em produto. Um teatro é destruído, as memórias não. Um jogo composicional entre o cinema e o teatro para trazer à tona a cidade, suas metamorfoses e afetos.
Walls impregnated with 26 years of theater in the capital of Brazil. The real estate speculation dispute, that turns the city into a product. A theater is destroyed, memories are not. A compositional game between cinema and theater that brings out the city, its metamorphoses and affections.
Despedida
Gabriel Machado de Araújo, 4’10’’, Brasil, 2022
Dois jovens compartilham um dia. Esta é a última vez que irão se ver.
Two friends share a day. This is the last time they will see each other.
Existe cidade em mim?
Coletivo Transverso, Grupo Mesa de Luz, 5’, Brasil, 2021
Cidades possíveis que nos habitam. Quantas cidades tenho em mim?
Possible cities that inhabit us. How many cities do I have in me?
Em construção - Bloco arquitetos
Jean Bergerot, Maria Verçosa, 31’10’’, Brasil, 2022
Documentário que apresenta o escritório Bloco Arquitetos, com atenção aos projetos para o centro-oeste brasileiro, ganhadores de prêmios e visibilidade internacional, como uma matéria no New York Times, como "Os arquitetos da savana brasileira" (em referência ao Cerrado, desconhecido para grande parte dos americanos). Além de projetos, obras e cenários encantadores, o filme revela um pouco das pessoas por trás das ideias, com humor e emoção. Afinal, arquitetura só é viva porque é feita por pessoas, para outras viverem nela.
Documentary that presents the firm Bloco Arquitetos, with attention to projects for the Brazilian Midwest, winners of awards and international visibility, such as an article in the New York Times, such as "The architects of the Brazilian savannah" (in reference to the Cerrado, unknown to most Americans). In addition to charming projects, works and scenarios, the film reveals a little bit of the people behind the ideas, with humor and emotion. After all, architecture is only alive because it is made by people, for other people to live in it.
Cerimônia de Premiação - 19h30
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Exibição vídeos produzidos na Oficina do Coletivo Transverso
Quantas cidades tenho em mim?
Sessão 14 - 20h às 22h
Filme convidado
Transeunte
Eryk Rocha, 100’, Brasil, 2010
Expedito é um senhor aposentado que perdeu os laços com a vida. Entre outros anônimos, caminha diariamente pelo Centro da Cidade do Rio de Janeiro. Há anos, Expedito abandonou o papel de protagonista de sua história: tornou-se um figurante que testemunha os conflitos alheios através das conversas que escuta pela rua. Porém, passo a passo, começa a aceitar pequenos convites cotidianos para recomeçar sua vida.
Expedito is a retiree who’s lost all ties with life. Every day, amongst so many anonymous people, he walks through downtown Rio de Janeiro. He stopped being the protagonist of his own story years ago; now he’s become an extra, a witness to the dramas of others he overhears in the street. Even so, Expedito slowly starts to take small, ordinary steps to start living again.
FICHA TÉCNICA
Direção Geral: Liz Sandoval
Produção Executiva: Daniela Marinho
Assistente Produção Executiva: Heloísa Schons
Direção de Produção: Thay Limeira
Assistente de Produção: Camila Reis e Guilherme Marinho
Curadoria: André Costa, Lila Foster, Liz Sandoval
Coordenação Seminário: Carolina Pescatori FAU-UnB
Produção Mostra: Ana Rabêlo
Produção de Cópias: Rafaella Rezende
Produção Seminário: Bethânia Maia
Colaboradoras: Giovana Soares e Anie Figueira
Redes sociais: Zabelê Comunicação/Mônica Rodrigues e Gabriel Hoewell
Assessoria de Imprensa: Rodrigo Machado
Identidade visual: Gabriela Bilá
Streaming: Ricardo Janotto / Vitral produções
Vinheta: Oscar Araújo
Revisão de texto e tradução: Lia Bittencourt
Registro fotográfico: André Zimmerer
Estrutura de projeção: JM Projetos
Estrutura de som e iluminação: BSB Audio
Acessibilidade: Tatiana Elizabeth