
Nesta sessão, exploramos filmes que colocam a Língua Brasileira de Sinais (Libras) no centro da narrativa, ampliando as formas de ver, sentir e escutar o mundo. As obras aqui reunidas revelam o corpo como território expressivo, onde a comunicação acontece através do gesto, do olhar e do silêncio. Uma paisagem sensível, onde cada sinal desenha sentidos e amplia a acessibilidade no cinema.
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NOVA AURORA
Victor Jiménez, 17’43’’, Brasil, 2024.
SUTURA
Felipe Fuentes e Miller Martins, 15’, Brasil, 2025.Paisagens Vulneráveis - Entre ruínas e resistências, esta sessão explora as paisagens urbanas marcadas por remoções forçadas e conflitos habitacionais. Em Adis Abeba, uma mulher busca sua companheira entre as demolições que apagaram memórias e laços sociais, enquanto em São Paulo, comunidades enfrentam a ameaça da urbanização e a resistência dos moradores mais abastados. São retratos sensíveis de paisagens humanas em transformação, onde a luta pelo espaço e pela memória se entrelaçam.
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WHEN I CAME TO YOUR DOOR
Antonio Paoletti, 10’, Etiópia/Países Baixos, 2024..jpg)
INTERVENÇÃO
Gustavo Ribeiro, 1h36’, Brasil, 2024.Nesta seleção de curtas-metragens, a paisagem emerge como território de invenção formal e política, atravessada por memórias, ficções e experimentações sensoriais. Os filmes reunidos em Paisagens Experimentais exploram diferentes modos de estar, habitar e representar os espaços, revelando tensões entre natureza, arquitetura e sociedade. Em Do Caldeirão de Santa Cruz, por exemplo, a granulação do filme 16mm vencido se mistura à poeira do sertão cearense, evocando a luta e a memória da comunidade camponesa que ali resistiu. Em Twentyynewt, as imagens captadas da janela de um arranha-céu em Hong Kong, com estereoscopia 3D, criam uma camada de distanciamento físico e emocional, refletindo os sentimentos de confinamento e isolamento vividos durante a pandemia.
A diversidade de abordagens formais percorre toda a mostra: em Because We Can, a câmera flutua pelos interstícios de água e vegetação no Jardim Botânico da Austrália, revelando os artifícios que sustentam o equilíbrio entre o natural e o construído. Just a Car Park transforma um estacionamento brutalista prestes a ser demolido em uma sequência de imagens filmadas estáticas que dialogam com a fotografia de arquitetura. Concrete Seed, por sua vez, mistura ficção ensaística e estranhamento sonoro para reimaginar o urbanismo das new towns britânicas, enquanto Bonsai, através da animação stop-motion, narra o desenvolvimento da arquitetura chinesa sob a perspectiva de uma árvore. Entre o documentário, a animação, a ficção e o ensaio, os filmes reunidos nesta mostra tensionam os limites da representação audiovisual da arquitetura e da paisagem. Essas obras propõem novas formas de mediação estética e crítica, ampliando o campo de percepção e reflexão sobre os espaços construídos e imaginados.
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DO CALDEIRAO DE SANTA CRUZ
Weyna Macedo, Lucas Parente, Adeciany Castro, Mariana Smith, 10’05’’, Brasil, 2025.jpg)
BECAUSE WE CAN
Ian Gibbins, 4’28’’, Austrália, 2023..jpg)
TWENTYTNEWT
Max Hattler, 7’, Alemanha/Hong Kong, 2023.
BONSAI
Ana Victória Dias de Araújo, Beatriz Ripp Carreira, Maria Luiza Dias Seixas, Nayara da Cunha Pugas, 6’57’’, Brasil, 2025..jpg)
JUST A CAR PARK
Joe Gilbert, 3’, Reino Unido, 2019..jpg)
THE CONCRETE SEED: A NEW TOWN FABLE
Jamie McNeill, 19’10’’, Reino Unido, 2025.Com o despejo iminente, em Raízes da Maré, as comunidades ribeirinhas Prainha e Fibra, no centro de Aracaju, refletem sobre seus modos de vida e tradições. Carpinteiros da Amazônia revela a ancestral arte da carpintaria ribeirinha, milenar e ameaçada, mostrando sua relação íntima com a natureza e os desafios atuais, como a exploração predatória da madeira e a migração para construções de alvenaria. Um olhar sobre a resistência cultural e os saberes que se mantêm vivos em meio à transformação."
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RAÍZES DA MARÉ
Luca Alves Eleutério Lopes, 24’11’’, Brasil, 2024..jpg)
CARPINTEIROS DA AMAZONIA
Luis Andre Guedes e Pablo do Vale, 54’, Brasil, 2024.Esta sessão reúne filmes que abordam o território como arquivo vivo e espaço de ressignificação, onde memória e matéria se entrelaçam em práticas de cuidado e reconstrução. A partir de gestos cotidianos — como cultivar um jardim, restaurar relações com a terra ou reimaginar o espaço urbano — os filmes revelam formas de resistência poética frente à degradação ambiental e social. O reaproveitamento de materiais, saberes e afetos se apresenta como estratégia estética e política, ativando narrativas de pertencimento. Essas obras iluminam modos de habitar o mundo com atenção, harmonia e imaginação.
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CITY - MICHAEL HEIZER
Andre Alves e Ethiene Cordeiro, 8’58’’, Brasil, 2023.
CEMITÉRIO VERDE
Maurício Chades, 25’, Brasil, 2023.jpg)
POETRY OF DISCARDED MATERS / RICCARDO DALISI: LA POESIA DELLE MATERIE SCARTATEManuel Canelles, 51’, Itália, 2025
Nesta sessão, exploramos a casa como um território sensível, onde memória, afeto e criação se entrelaçam. Em Casa de Artista, o espaço doméstico se transforma em refúgio e catalisador de processos autobiográficos de mulheres artistas durante a pandemia. O filme Maio acompanha a despedida de uma moradora de um bairro prestes a desaparecer, revelando as camadas de pertencimento que constroem um lugar. Em A Casa Imaginada, fragmentos do cotidiano e lembranças acumuladas compõem uma reflexão poética sobre o que permanece em nós das casas vividas. Já Das Retirée ou The last House of my father transforma o ato de projetar uma casa em ritual de reconciliação entre pai e filha. São filmes que escutam o espaço íntimo como paisagem habitada — física, emocional e íntima.
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CASA DE ARTISTA
Denise Moraes, 16’15’’, Brasil, 2023.%20(1).jpg)
MAIO
Claudio Carbone, 12’27’’, Portugal, 2025..png)
A CASA IMAGINADA
Marta Morais Miranda, 18’26’’, Portugal, 2023.
DAS RETIRÉE OR THE LAST HOUSE OF MY FATHER
Julie Pfleiderer, 43', Bélgica, 2023.Vozes da Terra - Entre palavras, rastros e afetos, esta sessão nos convida a escutar o Cerrado — bioma ameaçado, mas ainda vibrante de vida e sabedoria. Em Cabeça de Fogo, Marta Narciso compartilha sua vivência íntima com a Serra dos Pireneus, convidando-nos a perceber os sons, cheiros e ritmos da natureza como uma forma de resistência poética diante da degradação ambiental. Já o documentário Caminhando com onças apresenta a força das comunidades rurais e o papel das mulheres na preservação da biodiversidade, em especial das onças-pintadas, símbolo do equilíbrio ecológico. Ao entrelaçar modos de vida, saberes locais e cuidado com a terra, os filmes constroem uma paisagem onde a justiça ambiental é também uma forma de pertencimento e futuro.
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CABEÇA DE FOGO
Lidiana Reis, 9’30’’, Brasil, 2024.
ADOBE: HABILIDADES TRADICIONAIS DA CONSTRUÇÃO KALUNGA
Carlos Pereira, Hugo Casarisi, Gabi Cerqueira, 29’47’’, Brasil, 2025..jpg)
CAMINHANDO COM ONÇASLarissa Corino, Letícia Benavalli, Rodrigo Rangel, 25’, Brasil, 2025.
Paisagens do Exílio - Nesta sessão, a paisagem se revela como espaço de enraizamento, memória e reconstrução — território afetivo onde se projetam ausências e resistências. A ILHA apresenta o olhar da menina Ada sobre seu vilarejo assolado pela seca, em risco de abandono. Com sua câmera, ela tenta preservar a memória de um lugar que talvez não exista amanhã. Em Detours, o deslocamento é uma experiência sensorial: filmado entre 2019 e 2021 no Líbano, o documentário nos insere em um estado de desorientação contínua, onde a migração do olhar revela fissuras entre o que se vive e o que se recorda. Ruínas de Navarone retoma o projeto brutalista interrompida da Escola Superior de Guerra em Brasília, evocando os traços de um Brasil autoritário que moldou espaços e silenciou presenças. Já no filme Outra Ilha, a construção comunitária de um bairro cabo-verdiano na periferia industrial de Sines, em Portugal, retrata a construção, com o tempo e a solidariedade, de uma nova forma de habitar. São narrativas que transformam ruínas e deslocamentos em formas de pertencimento.
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A ILHA
Mahmut Taş, 5’, Turquia, 2024..jpg)
DETOURS
Vida Guzmić, 23’48’’, Croácia, 2024..png)
RUÍNAS DE NAVARONE
Marcela Tamm Rabello, 18’54’’, Brasil, 2023.
Detours, Vida Guzmić, 23’48’’, Croácia, 2024..jpg)
OUTRA ILHA
Eduardo Saraiva Pereira, 32’32’’, Portugal, 2025.Paisagens Inventadas: Memória e Esquecimento na Cidade Moderna - Nesta sessão, duas cidades modernas ganham contornos afetivos ao serem revisitadas por meio da memória e do esquecimento. Brasília, Esboço de uma Ausência parte da constatação provocadora de que a cidade foi planejada, mas esqueceram de inventar seus habitantes. Com imagens de arquivo e narração poética, o filme ensaia uma reflexão sobre a subjetividade na capital construída como utopia racionalista. Em … et Pierre Jeanneret, Chandigarh se revela através da figura do arquiteto eclipsado pela história oficial. A voz que percorre suas ruas reconstrói, com delicadeza, a presença silenciosa de Jeanneret — projetando uma cidade em que arquitetura e cuidado caminham juntos. São filmes que ativam o que resta das promessas modernas e escutam aquilo que foi silenciado por seus projetos de futuro.

NÃO POSSO ESQUECER QUE BRASÍLIA EXISTE
Nina d'Orsi, 11’12’’, Brasil, 2023..jpeg)
... ET PIERRE JEANNERET Christian Barani, 99', França, 2023
Em Caracas, uma comunidade cria, com o arquiteto Alejandro Haiek, uma quadra esportiva suspensa sobre moradias autoconstruídas, símbolo de luta e esperança. Em São Paulo, Pele de Vidro retrata a jornada da cineasta Denise Zmekhol ao descobrir que o edifício projetado por seu pai abriga a maior ocupação irregular da cidade, refletindo desigualdades e a busca por um lar. Juntos, os filmes exploram como a arquitetura resiste e se transforma em espaços de esperança e recomeço.
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MULTIPROGRAM SHIP
Katerina Kliwadenko, Mario Novas, 9’47’’, Chile, 2023.jpg)
PELE DE VIDRO
Denise Zmekhol, 1h30’, Brasil, França e Estados Unidos, 2023Utopias do Comum Em tempos de crise habitacional, colapso ambiental e esgotamento das formas tradicionais de morar, esta sessão propõe um olhar sobre experiências que reconfiguram o modo como vivemos em comunidade. O Fazedor de Mirantes revisita um povoado no cerrado goiano que, após o fim do garimpo de cristais, se reinventou por meio do ecoturismo e da acessibilidade aos seus patrimônios naturais, registrados com afeto por João Fernandes. Em Living Together: A História de De Warren, acompanhamos um grupo de jovens que se propõe a construir do zero uma cooperativa habitacional sustentável, social e acessível — uma pequena utopia concreta às margens das cidades contemporâneas. Entre memórias do cerrado e sonhos de coletividade urbana, os filmes revelam possibilidades reais de uma arquitetura do comum.

O FAZEDOR DE MIRANTES
Betania Victor e Lucas Franzoni, 19’, Brasil, 2024..jpg)
LIVING TOGETHER: THE STORY OF DE WARREN
Sam van Zoest, 75’, Holanda, 2023Mobilizando cantos e falas inspiradas, Gãh Té, mulher indígena kaingang, conduz suas parentes iambré pelo caminhar de seus antepassados através de uma ética do cuidado com todos os seres do cosmos, humanos e não-humanos. Entrelaçando o tempo dos antigos e sua luta contemporânea na retomada de um território kaingang no Morro Santana em Porto Alegre/RS (Brasil), defende que os Kaingang são os cuidadores da Terra em contraposição aos brancos, que precisam ser amansados para aplacar sua estupidez violenta que tudo destrói.

LEMBREM DISSO, MINHAS IAMBRÉ
Brasil, Gãh Té e Bruno Huyer, 50 min, 2025EM BREVE
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EM BREVE
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